A inovação está de volta ao topo da agenda corporativa. Nunca foi uma moda passageira, mas sempre dentro ou fora de moda, a inovação é redescoberta como um facilitador de crescimento a cada 6 a 8 anos (aproximadamente a duração de uma geração gerencial). Muitas vezes, no entanto, entusiasmos sobre inovação são seguidos por execuções medíocres que produzem resultados anêmicos, e grupos de inovação são discretamente dissolvidos em iniciativas de redução de custos. Cada geração de “CEOs” ou “Managers” embarca na mesma busca eufórica pela próxima novidade e enfrenta o mesmo desafio de superar os obstáculos à inovação.
Assim, explorando a importância que o Professor Paulo Yazigi Sabbag presta à ampliação de conhecimentos, principalmente os afeitos à gestão empresarial no país, além da consideração da Starlin Alta Editora, transcrevo, a seguir, alguns relevantes pensamentos sobre o tema da INOVAÇÃO:
“Quanto mais rápido o conhecimento evolui, mais transformações ele causa no mundo. Nessa situação, seria insanidade não investir em criatividade e inovação nas organizações. Seja para que elas se adaptem às mudanças externas, seja para explorar as oportunidades que as transformações abrigam.
Transformação e mudança causam temores, e isso explica a falta de prática e de estímulo nas organizações. Mas o benefício de experimentar, ganhando competência em inovar, justifica o esforço. Conduzindo os processos de inovação com disciplina e cautela, a ameaça se reduz.
Quanto vale a inovação?
Inovar não requer pioneirismo, nem fazer algo inédito. Inovar é trazer “novidade” para a organização. Conceituando assim a inovação, inferimos que todas as organizações procuram o novo sempre, certo? Afinal, sempre há um modo melhor de realizar algo.
Infelizmente, as organizações são conservadoras: preferem acomodar-se ao que realizam, do modo como realizam, do que criar, experimentar e testar novidades. Preferem restringir-se à sua zona de conforto, afinal “em time que está ganhando não se mexe”, “se não está quebrado, não conserte”, “não balance o barco, nem faça marolas” – se você já ouviu essas frases elas revelam como estamos distantes da inovação.
Vantagem comparativa
Até recentemente, as organizações brasileiras pouco se preocupavam com inovação: o investimento em Pesquisa & Desenvolvimento sempre foi muito mais baixo que o de economias equivalentes. Nesse período de crise e de ameaça à sobrevivência, muitas organizações se abriram para a inovação enquanto um componente estratégico para garantir vantagem comparativa e sustentabilidade.
Inovar é introduzir o “novo” na organização. Criar é ter ideias; inovar é aplicar ideias para promover mudanças. Pode-se criar sem aplicar as ideias, assim como há organizações que inovam sem terem criado algo inédito. Criar envolve inspiração ou intuição, enquanto inovar envolve transpiração: correr riscos, enfrentar contingências e executar projetos de implantação do novo.
Precisamos de protagonismo: a busca intencional e permanente da inovação.
A inovação precisa ser institucionalizada pela criação de um setor permanente dedicado a ela. A narrativa da implantação de inovação na organização segue alguns tópicos:
- A inovação é mais ampla que Pesquisa & Desenvolvimento;
- A inovação é um sistema permanente, porém nem sempre contínuo;
- A inovação requer método sistemático;
- A inovação permanente envolve etapas e processos;
- A governança para a inovação é abrangente e requer a definição de políticas específicas.”
As organizações já estabelecidas podem evitar cair nas armadilhas clássicas que sufocam a inovação, ampliando a busca por novas ideias, afrouxando controles e estruturas excessivamente rígidas, construindo conexões melhores entre pessoas inovadoras e operadores de processos, cultivando habilidades de comunicação e colaboração entre eles.
A inovação envolve ideias que criam o futuro. Mas a busca pela inovação está condenada, a menos que os gestores que a buscam levem tempo para aprender com o passado. Encontrar o equilíbrio certo para explorar e buscar pelo novo requer flexibilidade organizacional e muita atenção aos relacionamentos.
Autores – Professor Paulo Yazigi Sabbag e João Orlando Vian
Prof. Sabbag dedica-se há 30 anos a educar e prestar consultoria. Dirige a Sabbag Consultoria, a Zagaz Aprendizagem Digital e mantém o canal Zagaz no YouTube e no Instagram. É professor da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. É doutor em Administração pela FGV, mestre e engenheiro civil pela Escola Politécnica da USP.